domingo, 5 de abril de 2015

Esquema de leitura: Entrevista com Hans Ulrich Gumbrecht, Cristiano Paixão e José Otávio Guimarães.

Universidade de Brasília - UnB
Centro de Desenvolvimento Sustentável - CDS
Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Sustentável / Doutorado
Disciplina: Dimensão histórico-sociológica do constitucionalismo (DIR)
Professores: Cristiano Paixão e José Otávio Guimarães
Discente: Juliana Capra Maia
Esquema de Leitura.
Referência: PAIXÃO, Cristiano & GUIMARÃES, José Otávio. “Entrevista – Hans Ulrich Gumbrecht”, em Humanidades (presente-tempo-presente), n.58, Brasília: Edunb/SESC-DF, jun. 2011, p.16-21.

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** Entrevistado >>> Hans Ulrich Gumbrecht. 
  • Universidade de Bochum, Alemanha. 
  • Universidade de Siegen. 
  • Universidade de Stanford. Foco: campo não-hermenêutico. Materialidades da comunicação, história da mídia, do esporte e do público.  



** Livros >>> 
  • Corpo e Forma.
  • Modernização dos sentidos.
  • Em 1926: vivendo no limite do tempo.
  • As funções da retórica parlamentar na Revolução Francesa.
  • Elogio da beleza atlética.
  • Graciosidade e estagnação.
  • Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir.
  • Lento presente: sintomatologia del nuevo tempo historico.



** Principais ideias trazidas na entrevista >>> 
  • Presença << >> Presente. A presença exige proximidade espacial e simultaneidade temporal, motivo pelo qual está associada ao presente.
  • Presença e cultura do século XXI. A presença nunca foi tão desnecessária, tão secundária, quanto no início do século XXI. Nosso mundo, desde o início da Modernidade, exige cada vez menos presença. 
  • Resposta dos homens aos tempos modernos, de desencantamento e de abstração progressiva do mundo: participação cada vez maior do espectador. Reação subconsciente.   
  • A partir do terceiro quarto do século XX, as premissas temporais por meio das quais as culturas ocidentais operam foram profundamente modificadas ("Pós-modernidade"?). A humanidade movia-se, deixando o passado para trás e em direção a um futuro sorridente.  


Pressupondo que era a "humanidade" [...] que se "movia através da história" (e não os três horizontes temporais), o passado costumava ser um passado que sempre "deixávamos para trás", e cujo valor e poder como orientação e parâmetro para ações presentes e futuras desapareciam à medida que aumentava a distância em relação a ele. Do lado do futuro, o cronótopo historicista [...] via um horizonte totalmente aberto de possibilidades, entre as quais o sujeito humano (e sua ação) poderia simplesmente selecionar e escolher. Entre esse passado e esse futuro, o presente do cronótopo historicista se reduzia a um 'momento de transição imperceptível', no qual o sujeito, usando a experiência do passado como orientação, deveria fazer escolhas entre as possibilidades oferecidas pelo futuro. Esse presente 'imperceptivelmente curto' -- em que o futuro tinha de ser escolhido com base na experiência do passado -- tornou-se, por assim dizer, o habitat episetemológico natural do sujeito moderno, altamente cartesiano (ou seja, livre de sua dimensão corporal). [...]. Hoje, claramente, e em grande medida por força das novas tecnologias, especialmente as eletrônicas, não deixamos mais o 'passado para trás' . Ao contrário, nosso presente parece constantemente inundado de materiais do passado. Ao mesmo tempo [...] nosso futuro não se apresenta mais como um 'horizonte aberto de possibilidades entre as quais podemos escolher'. Nosso novo futuro, pelo contrário, carrega ameaças de explosões demográficas [...], de implosões econômicas, de uma nova escala de catástrofes naturais, além de muitos outros cenários desoladores. Entre esse futuro bloqueado [...] e aquele passado que nunca retrocede e que nos inunda, o presente se transformou em um presente amplo de simultaneidades (ou, como se diz em espanhol, más lento), no qual tudo e todos se conectam na contemporaneidade. PP. 18.  

  • Presente do século XXI >>> Não conseguimos deixar nada para trás. Estamos todos disponíveis de modo instantâneo e imediato para pessoas de todo o planeta e somos potencialmente contemporâneos de mais acontecimentos do que o éramos no passado. Somos contemporâneos de mais acontecimentos que ocorrem no presente. Mas também somos contemporâneos de mais fatos passados, que simplesmente continuam à disposição nas fontes eletrônicas de armazenamento de informações.
  • Valorização e celebração da presença física, apesar da existência de outras formas mais baratas e mais flexíveis de interagir.  
  • Por um lado, o presente amplo é uma realidade esmagadora. Por outro lado, ele parece ser uma realidade que nos liberta do passado que acorrentava os indivíduos em suas respectivas culturas. 
  • História do presente >>> Descrever, com o máximo de precisão, cada cronótopo em que estamos vivendo. Abordagem histórica em que o "presente" se divide em diversos cronótopos. 

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