Pós Graduação Lato Sensu em Direito
Direitos Sociais, Direito Ambiental e do Consumidor
Aluna: Juliana Capra Maia
Apresentação em Disciplina
PLANO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL DO
ARQUIPÉLAGO MARAJÓ
Contexto Institucional
— O Plano
Amazônia Sustentável, juntamente com o Plano Estratégico de Desenvolvimento
Sustentável do Nordeste (PDNE) e o Plano Estratégico de Desenvolvimento
Sustentável do Centro-Oeste (PDCO), são os três planos estratégicos de
desenvolvimento macrorregionais que o Governo Federal vem elaborando junto com
a sociedade e os demais níveis de governo.
— Plano
estratégico de desenvolvimento regional do Arquipélago do Marajó insere-se no Plano Amazônia Sustentável (PAS).
— Principais
alvos do PAS:
- Regularização fundiária,
- Implementação de obras de infra-estrutura
- Combate à malária
— O Plano de
Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélago do Marajó foi construído a
partir de diretrizes propostas pelo Governo Federal, discutidas com o Governo
do Pará e com as prefeituras. Debatido e aperfeiçoado nas consultas públicas.
— Principais
reivindicações da população marajoara nas audiências e consultas públicas:
- ordenamento territorial, regularização fundiária e gestão ambiental;
- fomento às atividades produtivas sustentáveis;
- infra-estrutura para o desenvolvimento;
- inclusão social e cidadania; e
- relações institucionais e modelo de gestão.
— Objetivos do Plano: promover o pleno desenvolvimento das atividades produtivas, que possibilite a
geração de empregos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas e que seja compatível com a conservação do meio
ambiente.
Área de Abrangência do Plano
— Compreende
os 16 municípios que compõem a Mesorregião Geográfica do Marajó (IBGE).
— A mesorregião do Marajó é constituída de três microrregiões geográficas: Arari, Furos de Breves e Portel.
— A mesorregião do Marajó é constituída de três microrregiões geográficas: Arari, Furos de Breves e Portel.
— Arari e
Furos de Breves são inseridas integralmente no Arquipélago do Marajó. Já Portel
abrange municípios com sedes em áreas continentais, na porção sul / sudoeste da
mesorregião.
Figura 01
Mesorregião do Marajó em relação ao Estado do Pará
Fonte: http://www.expedicaovillasboas.com.br/evb/images/stories/mapa_DO_PAR_-_ALAN.jpg
Figura 02
Municípios que compõem a Mesorregião do Marajó
Fonte: http://www.alvopesquisa.com.br/images/mapasmun/mr_marajo.gif
Diagnóstico
— O
Arquipélago do Marajó, integralmente situado no Estado do Pará, constitui-se numa
das mais ricas regiões do país em termos de recursos hídricos e biológicos.
— Constitui a maior ilha flúvio-marítima do mundo, com 49.606 Km².
— Constitui a maior ilha flúvio-marítima do mundo, com 49.606 Km².
— Em resumo,
os principais entraves para o desenvolvimento econômico do Arquipélago do
Marajó são principalmente:
- A precariedade da infra-estrutura;
- O pífio desenvolvimento tecnológico;
- A mão-de-obra com baixa qualificação;
- A baixa escolaridade e a frágil capacidade de organização social, que impossibilitam m maior desenvolvimento das atividades produtivas.
Clima
— Clima
equatorial com temperatura média do mês mais frio superior a 20 º e
temperatura média anual de 26º.
— Precipitação anual sempre maior que 2.000 mm.
— Precipitação anual sempre maior que 2.000 mm.
— Estações são
inexistentes ou pouco acentuadas.
— Amplitude
térmica muito fraca e os dias têm a mesma duração das noites.
— Umidade
relativa do ar é alta (> 80%), com ausência total de período seco.
— Predomina o
centro de massa de ar equatorial e surgem, também, bolsões de ar na foz do rio
Amazonas
Geologia
— Unidade dos
aluviões: coberturas sedimentares recentes, compreendendo depósitos aluviais
inconsolidados de variada granulometria, que formam a ampla planície aluvial do
Amazonas, na região da Ilha do Marajó, Caviana, Mexiana e Ilha Grande de Gurupá.
Solos
— Nas áreas de
várzea são encontrados os solos hidromórficos de tipo Gley desenvolvidos sobre
sedimentos recentes do quaternário, em geral ácidos e com textura argilosa.
- Estes solos apresentam um horizonte superficial em torno de 25 a 30 cm, com alta porcentagem de matéria orgânica, sobre uma camada mineral originária de material sedimentar.
- Altamente suscetível a contaminação
— Em terra
firme, uma grande extensão da área é coberta por latossolo amarelo,
encontrando-se também os podzóis e as lateritas hidromórficas. Estes solos
originários o terciário são profundos, bem drenados, arenosos e com acidez
elevada. Fertilidade baixa, concentrando-se na sua camada superficial,
apresentando uma variação de 10 a 15 cm.
- Dadas as condições climáticas da região, as características físicas, químicas e biológicas destes solos fazem com que os mecanismos de erosão e de oxidação da matéria orgânica se processem rapidamente após a derrubada de sua cobertura vegetal, diminuindo assim a sua fertilidade.
Hidrografia
— Intrincada rede de drenagem
formada por emaranhado de canais recentes, paleocanais, furos, baías, paranás,
meandros abandonados, lagos e igarapés, marcando um complexo em evolução, onde
se destacam os rios Amazonas, Pará, Anapu, Jacundá e Anajás, com seus inúmeros
afluentes.
— O movimento sazonal e diário
das águas é o principal elemento definidor da paisagem da região, onde se
destacam as várzeas e os igapós. Nestas áreas, a variação diária do nível da
maré pode ultrapassar os três metros.
— A hidrografia regional tem
importância vital, destacando-se seu aproveitamento econômico:
- como único meio de transporte e comunicação entre as cidades e vilas;
- como potencial pesqueiro; e
- como enriquecedor sedimentar das várzeas, através da ação dos rios de água barrenta.
Vegetação
— Quatro tipos
de ecossistemas: a várzea, o igapó, a terra firme e os campos naturais.
— Terra firme >>> Floresta Pluvial Tropical. Predominam espécies com
madeira de grande valor econômico como a ucuúba, a sumaúma, a andiroba e o
açacu. Como fornecedoras de produtos não madeireiros destacam-se: a
seringueira, o açaizeiro, o pracaxi, o buriti e o taperebá.
Fauna
— Animais terrestres >>> Onça pintada, a sussuarana, os
maracajás, os gatos mouriscos, raposa da mata, o jupará, a anta, o quati e o
guaxinim.
— Peixes >>> Os mais conhecidos são o
tucunaré, o puraquê ou peixe-elétrico, pescada, a piraíba, o pirarucu, as
piranhas, o candiru e o tamuatá.
— Manguezais >>> Local de reprodução e de alimentação para várias espécies de
animais marinhos e de água doce. Abrigam espécies economicamente importantes,
como o camarão, caranguejo e a ostra.
Contexto Histórico de Ocupação e Utilização da Região
Primeiros
habitantes
— Ocupação humana remota no arquipélago.
— Culturas pré-coloniais. A ilha parece ter favorecido um modo de vida sedentário desde pelo menos 5.000 A.P., tendo assistido à chegada de outros contingentes populacionais e crescimento cultural quase ininterrupto até a chegada dos europeus no século XVI.
— Culturas pré-coloniais. A ilha parece ter favorecido um modo de vida sedentário desde pelo menos 5.000 A.P., tendo assistido à chegada de outros contingentes populacionais e crescimento cultural quase ininterrupto até a chegada dos europeus no século XVI.
— Desenvolvimento de
sociedades complexas a partir do século V (cultura marajoara) precede
desenvolvimentos similares no restante da bacia Amazônica, onde sociedades
complexas surgem cinco séculos mais tarde.
— Os seguintes tipos de sítios
são encontrados no Marajó:
- Sambaquis.
- Sítios de horticultores.
- Construtores de tesos – sociedades complexas.
- Sítios Aruã.
- Sítios coloniais ou de contato.
- Sítios potenciais.
Do período colonial aos dias atuais
— "Descoberta" da Ilha pelo espanhol
Vicente Pizón e batizada como Ilha Grande de Joanes. Recebeu o nome de Marajó
em 1754, que em tupi significa “barreira do mar”.
— Grande parte da população indígena da época da colonização foi dizimada durante as guerras ocorridas entre os portugueses e os Aruãs ou Aruac e Nhambiquaras, nações indígenas bastante numerosas que habitaram a então Ilha Grande de Joanes.
— Grande parte da população indígena da época da colonização foi dizimada durante as guerras ocorridas entre os portugueses e os Aruãs ou Aruac e Nhambiquaras, nações indígenas bastante numerosas que habitaram a então Ilha Grande de Joanes.
— Indígenas escravizados pelos
portugueses que tomaram para si grandes áreas de terras por meio de concessões
de sesmarias. Entre 1721 e 1740 foram distribuídas mais de 50 sesmarias.
— Desde o período colonial, a
Região Amazônica integrou-se ao mercado mundial como frente de exploração
mercantil.
— A evolução socioeconômica do Marajó processou-se de
forma cíclica, com sucessivas fases de prosperidade e depressão, baseadas
principalmente no comportamento da pecuária (nas áreas de campos naturais da
Ilha do Marajó) e do extrativismo (nas áreas de floresta).
— Agricultura >>> Fazendas e engenhos dos séculos XVIII e XIX
continuaram a utilizar-se largamente do trabalho de escravos e indígenas. Nas
fazendas de gados e búfalos utilizava-se mão de obra escrava e mão de obra de homens livres (indígenas e mestiços).
— A resistência à escravidão, mediante fugas, deu origem à formação dos quilombos e mocambos nas várias
regiões do arquipélago.
— Por volta de 1823, a população de negros, indígenas e mestiços na ilha
correspondia a mais de 80% da população local.
— Historicamente, a economia marajoara...
- Dependia da exploração de vários produtos naturais >>> coleta da borracha, castanha do Pará, timbó, madeira e pesca.
- A dependência das atividades extrativistas determinou o padrão de localização da população da ilha, de tal forma que a maioria da população se distribuiu por pequenos povoados, localizados geralmente nas confluências dos rios e igarapés. Tais povoados raramente contavam com mais de 200 habitantes que se dispersavam durante a safra da borracha. No decorrer dessa atividade foram estabelecidas relações sociais de produção (aviamento) durante o período de valorização econômica da borracha (1830-1912), prática essa que se mantém até hoje.
- Agricultura >>> desenvolvida como atividade exclusiva para o consumo da população local.
- Ribeirinhos >>> Extração de madeiras brancas (virola, pau mulato, sumaúma), do açaí (fruto e palmito), da borracha, pela pesca de peixes e camarões, e pela produção de produtos agrícolas, voltados principalmente para o consumo familiar (milho, melancia, arroz).
- Pecuária em campos naturais >>> Até 1960, a pecuária na Amazônia era praticada apenas em campos naturais, como os campos aluviais do Marajó, onde a exploração pecuária data do século XVII. Os latifúndios, surgidos nestas zonas, passaram por herança aos proprietários atuais. O caráter histórico de manutenção desses latifúndios aparece também nas relações de trabalho. Grande parte dos vaqueiros e capatazes de hoje descendem de antigos escravos que passaram à condição de agregados e dependentes após 1888. O pagamento de seus serviços se dá parcialmente em espécie, parcialmente em autorizações para pesca, caça e extrativismo, bem como para a agricultura de subsistência e para a pecuária em pequena escala nos domínios do patrão. Ademais, não é rara a prática do aviamento, isto é, do endividamento do vaqueiro no armazém da fazenda.
- Pecuária em pastagens cultivadas >>> A partir de 1970. Também com base no latifúndio, mas com pastagens cultivadas em áreas desmatadas. Implicou a queda substantiva da participação do latifúndio tradicional no rebanho total da Amazônia. No Pará, de 1974 a 1994, o rebanho bovino cresceu em 547%, sendo que no mesmo período a participação dos latifúndios tradicionais marajoaras caiu de 38,13% para 6,86%. A produtividade baixa dos latifúndios tradicionais e os baixos lucros que proporcionam coloca o latifúndio tradicional em desvantagem com relação ao latifúndio recente. Soma-se a isto o inevitável parcelamento da terra por meio de herança – problema pouco expressivo nas zonas de expansão agropastoril.
Contexto Demográfico
— População
total do Marajó >>> 380.555 habitantes, o equivalente a 6,15% da população
paraense e a 1,80% do contingente populacional da Amazônia Legal (Censo 2000).
- A estimativa do IBGE para 2006 é de 425.163 habitantes.
- Ritmo de crescimento da população do Marajó tem sido semelhante à média do Pará, e um pouco acima da média nacional.
- Região de significativa emigração (principalmente para Belém). Mesmo assim, o crescimento se mantém vigoroso em função das elevadas taxas de fertilidade e de natalidade.
— Urbanização. Taxa de urbanização muito
baixa, de apenas 38,8% em 2000, ou menos da metade da média nacional.
- Breves, Soure e Portel são os principais centros urbanos da região e os únicos com população superior a 10 mil habitantes.
Contexto Fundiário
— Posse, salvo raras exceções.
— Século XIX/XX >>> Dezenas de famílias nordestinas migraram para o Marajó para extrair látex. As estradas de seringa eram o elemento fundamental para a delimitação das posses. Com o fim do ciclo da borracha, a exploração do palmito e da madeira passaram a ser os referenciais para estabelecimento de limites de respeito das posses.
— Século XIX/XX >>> Dezenas de famílias nordestinas migraram para o Marajó para extrair látex. As estradas de seringa eram o elemento fundamental para a delimitação das posses. Com o fim do ciclo da borracha, a exploração do palmito e da madeira passaram a ser os referenciais para estabelecimento de limites de respeito das posses.
— Registros fundiários >>>
- Cerca de 70% dos ocupantes do Marajó não possuem qualquer documento comprobatório de propriedade das áreas que ocupam.
- A maioria dos poucos documentos de propriedade existentes reveste-se de nulidades.
- Caos fundiário, característica da região amazônica em geral, e do estado do Pará em particular (mais de 30 milhões de ha foram grilados). Também atinge região do Marajó.
- Do total de 10,41 milhões de ha da área do Marajó, 2,69 milhões (25,8%) constituem área dos estabelecimentos agropecuários, sendo 7,72 milhões de hectares (74,2%) constituídos de terras devolutas, arrecadadas (INCRA e ITERPA) ou de Unidades de Conservação.
- Apenas 3% das terras são destinadas às lavouras (81,7 mil hectares).
- A atividade agrícola mais presente em Portel e Breves, sendo quase nula em Arari.
- Estrutura fundiária concentrada >>> Glebas de até 4 módulos fiscais (79%) ocupam menos de 10% da área total cadastrada; glebas de mais de 15 módulos fiscais (11%) respondem por 79,9% da área.
Remanescentes de quilombos
— Total de quilombos no Pará: 410 nomes de comunidades
remanescentes de quilombos, que se distribuem por 49 municípios.
— Marajó >>> Comunidades remanescentes
de quilombos distribuídas por nove municípios, que juntas, somam 40 comunidades quilombolas.
- Gurupá
- Anajás
- Curralinho
- Bagre
- Muaná
- Ponta de Pedras
- Cachoeira do Arari
- Soure
- Salvaterra.
— Atualmente, estão em curso no INCRA, processos de regularização fundiária de 14 (quatorze) quilombos desta região (em Salvaterra, Cachoeira do Arari e Curralinho) >>> Conflitos envolvendo a disputa de terras entre remanescentes de quilombos e fazendeiros.
Unidades de Conservação
— Federais
- 06 UC federais, com área total de 726.653 hectares, correspondentes a 7% da área total do Arquipélago.
- Floresta Nacional de Caxiuanã, Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Itatupã-Baquiá, Reserva Extrativista Mapuá, Reserva Extrativista Marinha de Soure, Reserva Extrativista Terra Grande-Pracuúba, Reserva Extrativista Gurupá-Melgaço.
- Reconhecidas pelo SNUC, todas estão incluídas no grupo das UC de Uso Sustentável. Têm o objetivo de compatibilizar a conservação da natureza com a exploração sustentável de parcela dos seus recursos naturais, sobretudo pelas populações tradicionais.
- Não há UC de proteção integral na região estudada.
— Estaduais
- Não consta nenhuma UC registrada no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente.
- Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (APA Marajó), criada na Constituição do Estado do Pará. Compreende o território dos 12 municípios, em um total de 5.904.400 hectares, fazendo limite com o oceano Atlântico, o rio Amazonas e a baía do Marajó.
- Foi instituída com o objetivo de se elaborar e executar o zoneamento ecológico-econômico, visando a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população marajoara; preservar as espécies ameaçadas de extinção e amostras representativas dos ecossistemas e implementar projetos de pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo. Nada disso ainda foi feito.
Projetos de Assentamento Agroextrativistas (PAEx):
— 35 Projetos
de Assentamento Agroextrativistas criados pelo Incra/PA.
— lhas localizadas em 08 municípios: Portel, São Sebastião da Boa Vista, Cachoeira do Ararí, Ponta de Pedras, Muaná, Gurupá, Melgaço e Curralinho.
— lhas localizadas em 08 municípios: Portel, São Sebastião da Boa Vista, Cachoeira do Ararí, Ponta de Pedras, Muaná, Gurupá, Melgaço e Curralinho.
— Total de 138.931,272 ha
— Capacidade para atender 2.653 famílias
tradicionais, sendo que 2.363 famílias constam da Relação de Beneficiários do
INCRA.
Contexto Econômico
— Região de menor expressão no Estado do Pará
— PIB dos 16 municípios que integram o Marajó em 2004 >>> Total de R$ 933,368 milhões >>> Corresponde apenas 2,73% do total do PIB estadual.
— Município de maior PIB >>> Breves (seguido de Portel, Afuá e Chaves).
— PIB dos 16 municípios que integram o Marajó em 2004 >>> Total de R$ 933,368 milhões >>> Corresponde apenas 2,73% do total do PIB estadual.
— Município de maior PIB >>> Breves (seguido de Portel, Afuá e Chaves).
Agricultura
— Agricultura de subsistência, ainda incipiente. A mandioca e o abacaxi (Salvaterra) são os únicos produtos de expressão na ilha.
— Arroz e feijão >>> Volume inexpressivo na região.
— A atividade agrícola na maior parte da região só é possível em pequena escala ou para culturas alagadas, devido à inundação recorrente no período de janeiro a julho, que transforma o solo argiloso duríssimo do verão em uma lama fluida, dificultando o acesso às áreas de cultivo.
— Arroz e feijão >>> Volume inexpressivo na região.
— A atividade agrícola na maior parte da região só é possível em pequena escala ou para culturas alagadas, devido à inundação recorrente no período de janeiro a julho, que transforma o solo argiloso duríssimo do verão em uma lama fluida, dificultando o acesso às áreas de cultivo.
Pecuária bovina e bufalina
— A agropecuária
praticada no Marajó remonta a 300 anos.
— Decadência da pecuária marajoara
— Decadência da pecuária marajoara
- Mudanças no mercado produtivo e de consumo (exigências sanitárias, o melhoramento genético da produção, as pesquisas extensionistas, o manejo adequado, as técnicas de agricultura e o extrativismo florestal manejado e sustentável)
- Diminuição do preço do boi
- Alto gasto necessário para incluir melhorias estruturais, técnicas e de manejo nas propriedades rurais.
Os principais obstáculos para o desenvolvimento e melhoria da produtividade na área são as grandes
extensões das propriedades (algumas com mais de 20.000 ha) em conjunto
com estações climáticas bastante peculiares, infraestrutura elétrica precária
e o difícil acesso
— Rebanho bufalino >>> Tradicional na Ilha de Marajó. De 540 mil cabeças em 1990 (80% do total estadual), caiu para pouco mais de 290 mil (cerca de 60%) em 2004. Principais fatores limitantes da bubalinocultura no Marajó:
- Cerca. A maioria das fazendas não possui cercas, o que impossibilita o controle do rebanho e a utilização de técnicas produtivas. Observe-se que as áreas alagam durante as cheias, de modo que as cercas ficariam submersas.
- Baixa sanidade do rebanho. Falta de manejo adequado, função diretamente relacionada à falta de cercas. Zona de alto risco para contaminação do gado por febre aftosa e a sua venda, para fora da ilha, encontra-se proibida se o abate não for feito nas últimas 24 horas
- Características físicas x Escoamento da produção. As fazendas estão distantes e o único transporte possível é o fluvial. Logo, não há como escoar a produção de leite in natura para Belém nas condições atuais em que se encontra o Arquipélago do Marajó.
- Energia elétrica. O resfriamento do leite (ou o congelamento da carne) torna-se uma técnica inviável, já que boa parte das propriedades não possui energia elétrica.
— Decadência da
pecuária na região >>> Atraso técnico da atividade.
- As fazendas do Marajó necessitam de modernização tecnológica e gerencial.
- Não existem locais de abate na região, fazendo com que o escoamento da produção se dê na forma do gado em pé, reduzindo a competitividade do produto em relação à outras regiões produtoras do Pará.
Suinocultura
— Vivem em
sistemas agrosilvopastoris
— Comercializados
localmente e no mercado regional
— 65% do rebanho
está concentrado no município de Afuá
Pesca
— Marajó >>> Localização
estratégica e privilegiada para a atividade de pesca, já que recebe as águas doces, barrentas e cheias de nutrientes do Rio Amazonas; as águas marinhas do
Oceano Atlântico; a águas doces e barrentas da Baía do Marajó; e águas doces e
barrentas do rio Pará,
propiciando pescarias em áreas continentais e marinhas, com elevada diversidade
de peixes provenientes
destes dois sistemas.
— Grande diversidade de espécies aquáticas.
— Grande diversidade de espécies aquáticas.
— Construção de embarcações de médio e pequeno porte nos municípios. Pescadores confeccionam canoas.
— Pesca artesanal, dispersa e desorganizada. Apesar disso, é o segmento que mais absorve mão-de-obra e uma das principais fontes de abastecimento das famílias.
— Pesca artesanal, dispersa e desorganizada. Apesar disso, é o segmento que mais absorve mão-de-obra e uma das principais fontes de abastecimento das famílias.
- Elevadas perdas para os pescadores
- Baixa qualidade dos produtos
- Ausência de infraestrutura de apoio >>> Fluxo de comercialização incerto e injusto para os pequenos pescadores.
- Perda do poder de barganha do produtor, expondo a classe à ambição dos atravessadores.
- A frota industrial é proibida de pescar na baía de Marajó. A proibição, no entanto, é frequentemente desobedecida.
No Marajó, a desorganização dos pequenos pescadores consiste grande entrave para o desenvolvimento da pesca regional.
Extrativismo vegetal
— O Estado do
Pará é o maior produtor de madeira nativa do Brasil.
- Aptidão para a atividade florestal. Há florestas com grandes estoques de madeira e uma localização estratégica em relação aos mercados nacional e internacional
- Grande parte da produção madeireira paraense é predatória
— No Marajó, há um importante pólo madeireiro na cidade de Breves. A produção de madeira em tora
representa 26% da produção de todo o Pará.
- A exploração madeireira ocorre há muito tempo no arquipélago do Marajó
- Localização privilegiada do arquipélago, ao longo dos principais eixos de transporte rodoviário e fluvial da região norte.
- Em Breves, o volume de madeira comercializada é bem superior à produção do município. Trata-se de pólo madeireiro com comercialização acima de 600 mil m3 de madeira em tora.
- As espécies valiosas para o mercado madeireiro estão muito distantes das margens dos rios, o que dificulta a exploração do recurso. A fim de minimizar estes problemas, os ribeirinhos realizam a extração das toras no período chuvoso, quando os rios e igarapés estão cheios, o que lhes facilita o transporte.
- As espécies mais comercializadas na região são: a virola, o cedro e o marupá.
— Carvão vegetal >>> Breves, ponta de Pedras e Portel são responsáveis
por 89% da produção no arquipélago do Marajó.
— Extrativismo
vegetal não-madeireiro >>>
- Atividade econômica com maior distribuição de renda e participação da agricultura familiar
- Açaizeiro: Fornece o fruto (açaí) e o palmito, às vezes, mais de uma safra ao ano.
- O açaí passou a ser explorado comercialmente nas últimas duas ou três décadas, com o aumento considerável do consumo nas grandes cidades
- A intensidade das atividades produtivas e extrativistas depende da variação do nível da água dos rios, igarapés e igapós, diária e sazonalmente
- Depois da coleta do fruto de açaí, a produção do palmito é a principal atividade extrativista vegetal alimentícia na área de abrangência do plano, sendo os municípios de Anajás, Breves, Bagre e Muaná responsáveis por 86% da produção de palmito no Arquipélago.
Turismo
— O turismo (principalmente o ecoturismo e o turismo rural) é entendido como uma das principais alternativas de desenvolvimento econômico sustentável para a região. Como pólo turístico, o Marajó que oferece diversos atrativos:
- Belas praias, igarapés, campos com vegetação nativa
- Rica fauna e regiões de florestas com uma diversidade de frutas típicas
- Cultura local, como as danças folclóricas (carimbó, lundu)
- Produção artesanal (cerâmica marajoara)
- Culinária marajoara legada dos indígenas
- Produção artesanal de artigos em couro (Curtume Marajó) em Soure
- Ruínas da Igreja dos Jesuítas na vila de Joanes em Salvaterra
- Atrativos histórico-culturais como o Museu do Marajó
- Sítios arqueológicos no lago do Arari em Cachoeira do Arari.
Figura 03
Fauna na Ilha de Marajó
Fonte: http://www.senado.gov.br/senadores/Senador/MarioCouto/img/marajo10.jpg
Figura 04
Achados arqueológicos na Ilha de Marajó
Fonte: http://acritica.uol.com.br/amazonia/Urna-referencia-pre-colombianos-Ilha-Marajo_ACRIMA20110125_0028_13.jpg
— Entraves:
- Carência e/ou deficiência na infra-estrutura do Marajó
- Serviços de transportes deficientes
- Segurança pública deficiente
- Parcas informações turísticas
- Baixa qualificação de recursos humanos direcionados ao setor de turismo
- Problemas com as comunicações
- Problemas relativos à qualificação e regulamentação do transporte fluvial
- Saneamento básico deficitário
- Fornecimento deficitário de energia elétrica.
Infraestrutura econômica
— A área do
Plano do Marajó apresenta uma enorme insuficiência e precariedade em termos de
infra-estrutura econômica em todos os seus componentes: transportes, energia, telecomunicações
e armazenagem.
Transportes
— Rodovias:
- Praticamente inexistem rodovias na região
- As poucas vicinais existentes são intransitáveis na estação das chuvas
- As estradas utilizadas para o escoamento da sua produção pecuária ficam totalmente submersas por ocasião da chegada das chuvas
- O único meio de transporte de interligação das várias localidades é o cavalo ou o boi
- Transporte mais empregado, tanto para a condução dos moradores quanto para o escoamento a produção
- A ligação das cidades marajoaras se dá com Belém e Macapá, por intermédio de linhas fluviais regulares de passageiros e cargas
- Há projeto não executado de hidrovia, com a abertura de um canal artificial de 32 km, ligando os rios marajoaras Anajás e Atuá, o que permitiria a existência de uma via de transporte efetiva no interior da grande ilha e encurtaria em 150 km a ligação hidroviária entre Belém e Macapá
— Aéreo:
- Quanto ao transporte aéreo, inexistem linhas aéreas regulares no arquipélago, resumindo-se o atendimento à região aos vôos da FAB e às empresas de táxi aéreo que fazem fretes regulares para os municípios.
- Para se atravessar a ilha de costa-a-costa em aeronave bimotor leva-se quase duas horas.
Energia
— A oferta de
energia elétrica é precária, resumindo-se às sedes dos municípios. Dos 80,2 mil domicílios, apenas 46,5 mil (57,9%) possuem energia elétrica.
— Geração de energia se dá em pequenas usinas térmicas movidas a óleo diesel.
— Geração de energia se dá em pequenas usinas térmicas movidas a óleo diesel.
— Nas fazendas,
a placa fotovoltaica é a forma de geração de energia mais utilizada e de menor custo
operacional.
Comunicação
— A telefonia fixa
não atende a todas as cidades nem à zona rural.
— A telefonia
celular atende somente as cidade de Breves, Soure, São Sebastião da Boa Vista e
Salvaterra, com cobertura de apenas uma operadora.
— TV >>> Regional e Nacional, por uma única emissora.
— Rádio >>> principal
eletrodoméstico, podendo ser encontrado em praticamente todas as casas da
zona rural. Principal veículo de notícias para os moradores da área. Estações
locais.
Armazenamento
— Infra-estrutura
de armazenagem >>> Insuficiente e precária, quando existente. Boa
parte da produção primária local, particularmente produtos extrativistas,
pescado, carne bovina e bubalina é perdida devido à impossibilidade de
armazenamento adequado.
Contexto Social
— Associado ao contexto social da região Amazônica como um todo, quer pelas características ambientais, quer pela história marcada por intensas mudanças econômicas e sociais, principalmente
a partir do final do século passado.
— Elevada mortalidade infantil. Desnutrição. Malária. Óbitos por doenças parasitárias.
— Carência por obras de infra-estrutura para saneamento ambiental.
— Elevada mortalidade infantil. Desnutrição. Malária. Óbitos por doenças parasitárias.
— Carência por obras de infra-estrutura para saneamento ambiental.
— Precários serviços de saúde pública. Infraestrutura hospitalar deficitária. O Programa Saúde da Família atende menos de 30% dos domicílios. Particularidades locais: malária e escalpelamento de meninas (cabelos presos em motores de embarcações).
— Precários serviços de educação pública. Elevadas taxas de analfabetismo.
— Pouca
presença do Estado na política cultural da região.
— Condições de
moradia muito pobres em termos materiais
— Baixo número
de funcionários nas prefeituras com formação superior.
— IDH >>> Situação de
subdesenvolvimento com muita pobreza.
- Taxa de analfabetismo próxima a 70%.
- 80% da população do Marajó está abaixo da linha de pobreza.
- Evasão escolar próxima a 20%.
- Rede de abastecimento de água para apenas 26% dos domicílios.
- Déficit habitacional de quase 46%.
- Apenas 20% dos domicílios com coleta de lixo.
Malária
— Endêmica,
como em toda a região Amazônica.
— 16% dos
casos de malária registrados no Pará ocorreram no Marajó.
— As condições
ambientais do Marajó são extremamente favoráveis à proliferação do mosquito
transmissor da malária.
— Extrativismo
vegetal >>> Facilitador da malária (extrativistas pernoitam em
redes, ao relento).
Abastecimento de água e saneamento
— Precárias
condições de saneamento ambiental:
- Fornecimento de água para consumo da população >>> Feito pelo próprio rio. Água sem tratamento, em grande parte.
- O rio não serve apenas como fornecedor de água para as necessidades básicas (cozinhar, lavar roupas, banhos), mas também como depósito de dejetos fecais.
- Baixo número de domicílios com coleta de esgotos sanitários.
- As estatísticas de esgotamento por fossa séptica também apresentam baixos índices, destacando-se para todos os municípios outros tipos de escoadouros tais como fossas rudimentares, valas, rios, lagos ou mar.
— O
índice de esgotamento sanitário, no estado do Pará, é de apenas 7,49% dos
domicílios
- No Marajó, o índice é de apenas 0,57% (maior concentração em Ponta das Pedras, com 7,38% de domicílios atendidos).
— Grande parte
da população do Marajó é ribeirinha. Suas habitações são normalmente de madeira ou
palha. As fontes de energia utilizadas são o querosene
para iluminar e a lenha e o gás para cozinhar.
— Déficit
habitacional da mesorregião do Marajó >>> Supera 50%,
quando consideradas a necessidade de reposição (domicílios habitados em
condições precárias) e incremento (população sem domicílio próprio).
Educação
— Alto índice
de analfabetismo
— Escolas
rurais em que iletrados lecionam
— Há escolas
em todos os municípios
Segurança pública
— Dois
batalhões da polícia militar no arquipélago
— Das sedes
municipais, apenas duas estão instaladas em prédio próprio e todos os
municípios sofrem pela carência de veículos para a prestação de serviços à comunidade.
Objetivos do Plano
— Investimentos
em infra-estrutura, elementos centrais das agendas discutidas e das apostas em
torno das quais será possível estruturar o desenvolvimento sustentável do
arquipélago.
— Necessidade de induzir e regular o desenvolvimento. A execução direta não deve ser descartada (quando se constatar a impossibilidade de o setor privado assumir responsabilidades específicas).
— Necessidade de induzir e regular o desenvolvimento. A execução direta não deve ser descartada (quando se constatar a impossibilidade de o setor privado assumir responsabilidades específicas).
Síntese das Ações Prioritárias
Ordenamento
territorial, regularização fundiária e gestão ambiental
— Zoneamento
ecológico-econômico na mesorregião do Marajó na escala adequada ao planejamento
territorial. Será executado em escala 1:100.000, pelo Estado do Pará. Recursos
do Pará Rural (estaduais e federais).
As
Unidades de Conservação de Uso Sustentável e os Projetos de Assentamento
Agroextrativistas do Marajó são elementos que contribuem para conservação da
biodiversidade e proteção das populações tradicionais e seus conhecimentos
sendo objetos de ações de fortalecimento com estruturação institucional, planos
de manejo e mobilização comunitária. Pág. 84
— Ação discriminatória das terras
na mesorregião do Marajó.
— Instalar unidades integradas dos órgãos fundiários e ambientais nos municípios-pólo da mesorregião do Marajó.
— Instalar unidades integradas dos órgãos fundiários e ambientais nos municípios-pólo da mesorregião do Marajó.
— Realizar pesquisas na
mesorregião do Marajó a fim de regulamentar o defeso de acordo com a ecologia
das espécies do Marajó e aumentar a fiscalização neste período.
— Promover a implantação do
Sistema Estadual de Recursos Hídricos na mesorregião do Marajó (SRH/MMA, ANA, SEMA e Secretaria de Integração Regional).
— Educação ambiental para a
utilização adequada dos recursos hídricos.
— Trabalhar a cadeia produtiva
de produtos florestais madeireiros e não-madeireiros visando à agregação de valor.
— Manejo sustentável dos
recursos florestais.
— Simplificar o manejo florestal
comunitário.
— Recuperação de áreas
degradadas, com espécies nativas economicamente viáveis, através de sistemas
agroflorestais, com financiamentos para o pequeno produtor rural.
— Acordos de pesca e manejo do
camarão
— Implantação do sistema
municipal de meio ambiente nos municípios do Marajó.
— Observações:
I. Criação de UC de Proteção Integral “em estudo”.
II. Registro da APA do Marajó no CNUC
III. Pesquisa acerca dos peixes da região.
Fomento às atividades produtivas sustentáveis
— Captar agentes financeiros
para credenciar e financiar os agricultores do Marajó, baseados em coeficientes
técnicos contidos nos sistemas de produção preconizados pela pesquisa, fomento
e extensão das principais culturas econômicas extrativas e/ou cultivadas,
existentes na mesorregião do Marajó;
— Estruturar unidades de extensão rural com prédios, equipamentos, veículos e recursos humanos nas áreas de agrosilvipecuária, pesca, aqüicultura e turismo;
— Estruturar unidades de extensão rural com prédios, equipamentos, veículos e recursos humanos nas áreas de agrosilvipecuária, pesca, aqüicultura e turismo;
— Meios de transportes
exclusivos para o escoamento da produção;
— Desenvolvimento da cadeia
produtiva de base local
— Ênfase ao turismo
— Centro de produção de sementes
e mudas para a implantação de lavouras, manejo de essências florestais e produção de fruteiras na região;
— Fomentar a criação e produção
de alevinos, caprinos, ovinos, suínos e abelhas;
— Verticalizar os produtos
regionais da produção familiar
— Agroindústria nos municípios
do Marajó. Beneficiamento dos produtos regionais através de cooperativismo e
associativismo e sua comercialização;
— Capacitar mão-de-obra local
para gestão, manejo e industrialização de produtos regionais;
— Implantação da indústria
leiteira, charquearia e de conservas de alimentos em geral;
— Reorganizar e fortalecer a
pecuária do Marajó com novas tecnologias;
— Industrialização do pescado e
demais produtos agrícolas, capacitando os pescadores em beneficiamento e
gestão;
— Implantação de espaços para
desenvolvimento e divulgação das atividades artesanais, turísticas e culturais;
— Fortalecer programas
existentes de turismo a nível federal, estadual e municipal e ampliar a
abrangência do programa de regionalização do turismo – Roteiros do Brasil,
formatando novos roteiros integrados nas microrregiões;
— Criar mecanismos de incentivo
financeiro por parte das instituições financeiras e entidades garantindo linhas
de crédito para comercialização de outras atividades produtivas, desburocratizando
o acesso ao crédito PRONAF;
Inclusão social e cidadania
— Criar escolas de marcenaria
para capacitação de jovens e adultos
— Criar na região em convênio com as universidades um campus avançado de pesquisa
— Criar na região em convênio com as universidades um campus avançado de pesquisa
— Garantir o acesso das
crianças, jovens e adultos à escola, com a implantação de escolas
profissionalizantes, melhorando a qualidade das já existentes, incluindo as casas
familiares rurais
— Implantar um centro de
atendimento psicossocial (CAPS)
— Funcionamento do hospital
regional de Breves com viabilização do projeto de urgência e emergência (SAMU),
dando prioridade ao transporte hidroviário (“ambulancha”) e aeroviário
(helicóptero)
— Promover e garantir a
implantação, ampliação e modernização de sistema de saneamento ambiental (água,
esgoto, drenagem, resíduos sólidos, controle de endemias e melhorias
domiciliares) nos núcleos urbanos e comunidades rurais, visando a redução dos
agravos à saúde pública do arquipélago, principalmente as endemias de malária e
doenças de veiculação hídrica
— Fomentar a coleta e a
destinação dos resíduos sólidos, como plásticos e vidros, através de ações
explicativas e educacionais
— Fomentar política de
tratamento e reciclagem de resíduos sólidos
— Criar, ampliar, integrar e
modernizar o sistema de segurança pública e o controle das fronteiras nacionais
— Criar projetos de valorização
e resgate da cultura marajoara através da educação
— Garantir a presença efetiva,
contínua, participativa e autônoma de órgãos do Estado (Ministério Público,
Judiciário, Defensoria, órgãos de fiscalização e conselho tutelar) em cada
município do Arquipélago
— Criar uma casa de apoio para
pequenos infratores e alcoólicos anônimos
— Fazer cumprir junto aos órgãos
responsáveis a observância da gratuidade aos idosos, aposentados, deficientes e
crianças no transporte fluvial
— Fortalecer as organizações de
produtores, cooperativas e associações
— Incentivar a criação e a
capacitação de associações e cooperativas para facilitar a captação de crédito
para o desenvolvimento de atividades produtivas no Marajó
Infraestrutura para o desenvolvimento
— Realizar dragagem do canal do rio Mocoões e do rio Arari visando a perenização da interligação do rio Anajás ao rio Arari
— Solicitar a implantação do
programa Luz Para Todos nas áreas rurais ainda não contempladas com rede de
energia elétrica confiável, fornecida pela concessionária Celpa
— Analisar as condições dos
grupos-geradores de energia existentes, visando a possibilidade de ampliação do
fornecimento dessa energia, para as áreas não atendidas e expansão daqueles
grupos-geradores que se encontram sobrecarregados >>> Questiona-se: não se cogitou utilizar outras fontes de energia (eólica ou solar)?
— Desenvolver estudos que
possibilitem estender a transmissão de energia elétrica, ao Marajó, a partir da
extensão da linha de transmissão do sistema interligado de Tucuruí >>> Questiona-se: não se cogitou utilizar outras fontes de energia (eólica ou solar)?
— Implantar, onde não existem
pistas de pouso, recuperar e regularizar as existentes e descentralizar as que
se encontram nos centros urbanos, provendo o seu acesso
— Construir, ampliar e
modernizar os terminais hidroviários e seus acessos, especialmente aos
deficientes
— Implantar rodovia entre Anajás
e Soure
— Ampliar o sistema de telefonia
celular para toda região
— Restabelecer a transmissão do
sinal da TV Cultura
— Implantar, adequar e
modernizar o sistema de transmissão de dados via telefônica;
— Ampliar o sistema de telefonia
rural;
— Restabelecer o debate sobre a
hidrovia do Marajó através de seminários locais com a ampliação desta através do furo fortaleza II, que liga o rio Afuá a
Ponta de Pedras >>> Questiona-se: já se fez um estudo ambiental prévio? Esse tipo de obra costuma ter grande impacto na ictiofauna, de modo que não atrai muitas simpatias entre os técnicos responsáveis pelo licenciamento ambiental.
— Promover a implantação de câmaras frigoríficas para armazenamento de produtos e laticínios produzidos na ilha (queijo do Marajó, por exemplo) e promover a certificação destes e outros produtos
— Promover a implantação de câmaras frigoríficas para armazenamento de produtos e laticínios produzidos na ilha (queijo do Marajó, por exemplo) e promover a certificação destes e outros produtos
— Implantar políticas para
melhoria da qualidade, captação e distribuição de água nos centros urbanos e
rurais
— Concluir o Projeto Alvorada
Relações institucionais e gestão do Plano
— Capacitar os gestores locais
— Promover a democratização da
gestão pública
— Propiciar assessoria técnica
— Criar mecanismos que aprimorem
as relações entre o governo e a sociedade
— Implantar sistema de
informação, gestão, avaliação e monitoramento das políticas públicas
— Descentralizar os órgãos
considerados estratégicos para o desenvolvimento do Marajó
— Criar maior conexão entre os poderes
— Fomentar estudos e pesquisas
de ações integradas com vistas à execução do Plano Marajó
— Formação de um conselho gestor
paritário entre os governos e sociedade civil de caráter deliberativo de
instância regional, sub-regional e municipal
— Formação de um conselho de
controle social fiscalizador majoritário da sociedade civil
— Criação de conselhos
municipais com caráter paritário e fiscalizador do plano em nível municipal
Fomento às atividades produtivas sustentáveis
— Prioridade às ações que concorram
para a transformação da estrutura produtiva assentada na exploração dos
recursos naturais, lançando as bases de uma economia dinâmica, que propicie uma
melhor qualidade de vida à população local.
— Fortalecimento e consolidação das cadeias produtivas, particularmente as vinculadas à agricultura familiar (abacaxi, açaí, arroz), assim como a da pesca, da pecuária bovina e bubalina e do turismo rural.
— Fortalecimento e consolidação das cadeias produtivas, particularmente as vinculadas à agricultura familiar (abacaxi, açaí, arroz), assim como a da pesca, da pecuária bovina e bubalina e do turismo rural.
— Indicam-se investimentos na
ampliação e modernização da infra-estrutura econômica (energia, transporte,
comunicação e armazenamento), como também na estrutura de processamento,
comercialização, assistência técnica e extensão rural, particularmente com a
ampliação e capacitação do corpo técnico e investimentos na estruturação dos
órgãos.
Financiamento à produção e à comercialização >>>
— Universalização do Crédito, mediante ampliação da rede física de atendimento (postos de atendimento bancário) e da oferta de linhas de financiamento adequadas às necessidades do desenvolvimento local.
— Meio: bancos estatais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia).
Promoção de políticas de ciência, tecnologia e inovação que atendam às demandas do Marajó >>>
— As pesquisas de identificação e estímulo às cadeias produtivas sustentáveis deverão, prioritariamente, ser desenvolvidas no próprio arquipélago e com a participação dos locais.
— Criação de Bacharelados em Ciências Agrárias e nas Geociência
— Linhas de estudos que privilegiem o desenvolvimento de tecnologias para a produção, armazenamento e comercialização dos produtos da agrobiodiversidade do Marajó.
Organização da sociedade civil marajoara >>> Implementação dos Conselhos Municipais de Segurança Alimentar e Nutricional. Formação de educadores populares.
Infraestrutura para o desenvolvimento
— Insuficiência e precariedade em todos os seus segmentos >>> Obstáculo
decisivo ao desenvolvimento regional. Assim, o crescimento local demandará a
ampliação e modernização da infra-estrutura econômica em todos os aspectos.
- Energia >>> Suprir não somente o atendimento domiciliar, mas também promover a ampliação da oferta de energia direcionado ao desenvolvimento industrial. Ligação de energia elétrica, imediatamente, em 8.500 domicílios. Programa Luz Para Todos (Hidrelétrica de Tucuruí). Construção de linha de transmissão. Baratear o ICMS sobre a energia elétrica.
- Transportes >>> Maior segurança, ampliação, legalização e modernização do sistema viário e de transportes.
** Transporte rodoviário
- Pavimentação e recuperação da Rodovia PA-154 .
- Pavimentação da Rodovia PA-396
- Implantação de estrada interligando Chaves à localidade de Jurupucu.
- Pavimentação da rodovia da localidade de Monsarás à Rodovia PA-154.
- Longo prazo: Construção de pontes sobre os rios Camará e Paracauary
- Longo prazo: Construção de novas estradas, entre os municípios do arquipélago.
** Transporte hidroviário
- Construção e melhoria dos terminais portuários
- Concessão do transporte de passageiros entre Belém e Camará
- Reestabelecimento do transporte de passageiros entre Belém e Soure.
- Fiscalização dos serviços e das taxas praticadas pelos particulares.
- Hidrovia do Marajó.
- Longo prazo: dragagem de três rios visando a instalação e perenização de três hidrovias
- Manutenção e ampliação de muros de arrimo
- Implantação de porto regional alfandegário
- Posto da Capitania dos Portos, inclusive para salvamentos.
** Transporte Aéreo
- Construção de pista de pouso
- Recuperação de pistas de pouso
- Dotar as estações aeroviárias de rádio-comunicação
- Checar possibilidade de linhas periódicas entre Belém e o Arquipélago.
- Comunicações >>> Convênios com associações civis para a implantação de rádios comunitárias. Restabelecer a transmissão da TV Cultura. “Ampliar a rede de telefonia fixa e celular”, “universalizar a internet” e “ampliar o sistema de telefonia rural” (no Plano, não há descrição de como fazer ou de quem deverá fazer).
- Armazenamento >>> Implantação de câmaras frigoríficas para armazenamento da produção perecível. Promover a implantação de câmara frigorífica para armazenamento de laticínios produzidos na ilha e promover a certificação destes e de outros produtos. No longo prazo, promover a implantação de silos para o armazenamento da produção agrícola
Inclusão Social e Cidadania
Saúde
— Ação entre os três níveis de governo, priorizando
investimentos em saneamento básico e saúde preventiva
— Valorização do planejamento territorial
— Articular as ações do Ministério da Saúde com as de outros órgãos federais,
como o Ministério da Defesa, Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério do Meio Ambiente, assim como estaduais (Secretaria Estadual de
Saúde – SESPA) para ações emergenciais de vigilância em saúde
— Fortalecer a Rede de Agentes Comunitários de Saúde para ações de
prevenção, vigilância e controle de doenças
— Programa de Saúde da Família >>> Capacitação de
recursos humanos nos municípios para coordenarem as ações
previstas no Plano, bem assim para identificarem técnicos e lideranças comunitárias
para trabalharem a intersetorialidade para a saúde local.
— Fortalecer os Conselhos Municipais de Saúde e envolver atores sociais,
como voluntariado local, conselhos municipais, Pastoral da Criança, Pastoral da
Saúde, educadores e ONGs ligadas à saúde para atuarem na prevenção.
Saneamento e Habitação
— Plano Regional de Saneamento Básico para o Marajó;
— Retomar o Projeto Alvorada
— Implementar o Projeto Água para Todos
Resíduos
— Criar fóruns municipais com o tema lixo e cidadania
— Criar consórcios para tratamento de resíduos sólidos
— Criar consórcios para tratamento de resíduos sólidos
— Organizar os catadores de lixo do Arquipélago
Educação
— Captação de recursos financeiros do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE) para a construção, ampliação e reforma de unidades escolares,
aquisição de material e equipamentos,
formação inicial e continuada de profissionais da educação
— Priorizar a implantação de turmas de alfabetização de jovens e
adultos
— Fornecimento da merenda escolar, do livro didático e do
transporte escolar para todos os níveis e modalidades da educação básica
— Inclusão social e digital
— Implantar escolas profissionalizantes, como a de
marcenaria, e melhorar a qualidade das já existentes (incluindo as casas
familiares rurais)
— Educação superior >>> Consolidar as ações das UFPA na região.
- Promover a abertura de novos núcleos universitários com formação orientada para as demandas locais (agrotécnicas, pesqueiras, turismo, artesanato, enfermagem) respeitando a cultura marajoara.
- Implantar restaurantes universitários.
- Criar na região, em convênio com as universidades, um campus avançado de pesquisa.
— Valorização dos profissionais da educação:
- Formação continuada
- Melhoria das condições de trabalho
- Plano de carreiras
Segurança Pública
— Investimentos
no aparelhamento e capacitação
— Captação de recursos
do Fundo Nacional de Segurança Pública para convênios entre as três esferas governamentais (União, Estados e Municípios)
— Celebrar
convênios com os municípios para apoiar estruturas físicas do sistema policial
e prisional
— Promover a
capacitação e valorização dos profissionais de defesa social
— Programa
Segurança Cidadã da Secretaria Nacional de Segurança Pública
— Ações de
prevenção no combate à violência nas áreas de esporte, lazer, cultura e educação
— Área de
fronteira. Garantir a vigilância e a proteção da
área costeira e ribeirinha.
Cultura
— Assegurar a preservação e valorização do patrimônio arqueológico e cultural do Arquipélago
— Ações de valorização e socialização dos sítios arqueológicos
inserindo-os nas atividades educacionais e na implementação do turismo
— Captação
de recursos e potencialização de ações culturais
- Fomentar a pesquisa, a difusão e a promoção da cultura marajoara e a produção do respectivo material didático a ser distribuído nas escolas
- Assegurar direitos de propriedade intelectual das comunidades tradicionais associados à biodiversidade e ao patrimônio genético
- Respeitar, nas ações de padronização dos produtos locais (como o queijo do Marajó), os processos tradicionais artesanais culinários que agregam valor ao produto, buscando inserir noções de higiene no manuseio e conservação das matérias-primas e do produto final.
Institucional
— Fortalecer
o controle social na destinação e aplicação dos recursos para a valorização das culturas marajoaras
— Acesso
aos recursos federais e estaduais destinados à área cultural
— Apoiar
e fomentar a organização comunitária e gerencial de produtores e/ou detentores
de bens culturais
— Estimular
a formação de pesquisadores e agentes de preservação nas comunidades
— Priorizar
melhorias das condições de acessibilidade e comunicação
— Fortalecer
a gestão democrática da política cultural por meio da implantação e
consolidação do Sistema
Estadual de Cultura com a criação de secretarias municipais de cultura, de
conselhos e fundos
municipais
Bibliografia
BRASIL, Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélago de Marajó, disponível em http://www.mi.gov.br/desenvolvimentoregional/marajo, consultado em 30/09/2012.