Universidade de Brasília – UnB
Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS
Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Sustentável
Doutorado
Disciplina: Unidades de Conservação -- Ideias, Ativismo e Políticas Públicas
Professor: José Luiz de Andrade Franco
Aluna: Juliana Capra Maia
Esquema de leitura: CARSON, Rachel. Peticides, in NASH, Roderick Frazer. American Environmentalism: Readings in Conservation History. 3a. Edição, McGraw-Hill Publishing Company, USA, 1990, cap. 30, p. 191 a 194.
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INTRODUÇÃO NASH
** Nos anos 1960, uma reconhecida naturalista e escritora de best-sellers publicou uma série de artigos sobre os efeitos nefastos dos pesticidas que geraram grande impacto na opinião pública. Muitos americanos, já impactados pelos testes nucleares, mostraram-se escandalizados com os alertas da autora. A indústria química defendeu (e ainda defende) que os temores eram infundados.
TEXTO DE RACHEL CARSON
The history of life on earth has been a history between living things and their surroundings. P. 191.
** Ao longo de muitas eras, o meio ambiente mudou os animais e as plantas. Mais recentemente, nos últimos cem anos, uma espécie começou a mudar o seu meio de forma relevante: os seres humanos.
- Nos últimos 25 anos (isto é, entre 1937 e 1962), o tipo de impacto provocado pelos seres humanos não sou aumentou em intensidade como se alterou em termos qualitativos. Rachel Carson refere-se à irrecuperabilidade de certas formas de poluição do ar, do solo, das águas e extinção de espécies (tais como a poluição nuclear).
- Compostos químicos artificiais são os atores invisíveis dessas formas de poluição.
Na natureza, a mudança e a construção de certo equilíbrio é assunto para milhões de anos
** O desenvolvimento da química ocorre a passos largos (500 novos compostos ao ano). Para que a natureza se ajustasse aos novos compostos criados pelo homem, criando novos equilíbrios, seriam necessários eons.
- Os novos compostos seriam totalmente estranhos a toda e qualquer experiência biológica pretérita.
These sprays, dusts and aerosols are now applied almost universally to farms, gardens, forests, and homes -- nonselective chemicals that have the power to kill every insect, the "good" and the "bad", to still the song of birds and the leaping of fish in the streams, to coat the leaves with a deadly film, and to linger on in soil -- all this though the intended target may be only a few weeds of insects. P. 193.
Inseticidas deveriam se chamar "biocidas" porque é disso que se trata. De eliminar um grande número de formas de vida.
** Os inseticidas, além disso, levam a um ciclo vicioso e infinito. Os insetos se adaptam e desenvolvem resistência aos inseticidas, criando novas gerações de "super insetos". E pior: após a pulverização de grandes áreas, tendem a voltar pouco tempo depois com toda força, o que demanda mais e mais inseticida.
** A genética humana pode ser alterada por produtos químicos. Em outros termos, a escolha dos inseticidas pode estar provocando mutação na estrutura genética humana neste exato momento.
** Aos críticos: Carson alerta que não é contrária a toda e qualquer aplicação de inseticidas. Leia-se:
It is not my contention that chemicals insecticides must never be used. I do contend that we have put poisonous and biologically potent chemicals indiscriminately into the hands of persons largely or wholly ignorant of their potential for harm. [...]. I contend, furthermore, that we have allowed these chemicals to be used with little or no advance investigation of their effect on soil, water, wildlife, and man himself. P. 194.
- As principais restrições de Carson aos pesticidas referiam-se ao uso indiscriminado, nas mãos de pessoas majoritariamente ignorantes a respeito dos efeitos de tais produtos e à liberação do uso de produtos pouco testados, de impactos ainda desconhecidos.
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