terça-feira, 22 de agosto de 2017

Esquema de leitura: NASH, R. The potential of environmental history

Universidade de Brasília – UnB
Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS
Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Sustentável
Doutorado
Disciplina: Unidades de Conservação: Ideias, Ativismo e Políticas Públicas
Professor: José Luiz Franco
Aluna: Juliana Capra Maia
Esquema de leitura: NASH, Roderick Frazer. The potential of environmental history, in NASH, Roderick Frazer. American Environmentalism: Readings in Conservation History. 3a. Edição, McGraw-Hill Publishing Company, USA, 1990.



** No final do século XX, quase todo ambiente é um artefato, uma criação humana. Seja porque o homem o construiu, seja porque deixou que determinadas espécies permanecessem ali. Tudo é edificado, arado, plantado, cultivado. A natureza selvagem e a fronteira são apenas memórias.

Even the “natural”, or unaltered, parts of the planet are increasingly the result of human choice. Wilderness remains because we alow it to exist – in national parks and preservation systems. P. 1


** Por tais motivos, o ambiente também pode ser visto como um “documento” histórico. Ele nos conta sobre o passado, sobre as concepções presentes e tendências futuras: “Earlier generations created what we see today and our choices, recorded on the land, are creating tomorrow’s environment”. P.2.


** A história ambiental é um campo de estudos relativamente novo, que cresceu pari passu ao movimento ambientalista, da década de 1960, embora suas raízes remontem a Frederick Jackson Turner e a Walter Prescott Webb.


** Pessoas e meio ambiente se influenciam reciprocamente. Essas relações constituem precisamente o objeto da história ambiental, motivo pelo qual, nesse campo, o historiador também deve trabalhar com a biologia e com a geografia.
>> A história ambiental fornece interessantes insights a respeito da identidade nacional, dos padrões estéticos, religiosos e éticos. 
>> A história ambiental é um dos melhores contextos para se compreender os embates entre dois valores fundamentais: a liberdade individual e a intervenção social. O uso racional dos recursos naturais implica certa limitação da propriedade privada, já que os meios mais baratos de explorar a propriedade constituem, exatamente, os mais predatórios.

** Surgimento de uma ética biocêntrica, por meio da qual a natureza tem valor em si mesma. Um homem se recusaria a extinguir uma espécie pelo mesmo motivo pelo qual se recusa a matar um semelhante.
>> A ética biocêntrica estabelece limites ao liberalismo norte-americano.
>> A natureza seria a última minoria oprimida (antes: escravos, mulheres, crianças, idosos, etc.).

** A história ambiental também fornece interessantes insights a respeito da relação entre cientistas e sociedade civil, em geral. Normalmente, cientistas ocupam posições na gestão pública dos recursos naturais (administração pública). Como os especialistas convencem os não-especialistas a preservarem recursos naturais vitais?
>> Em um regime totalitário, basta proibir o acesso aos tais recursos. Mas e em uma sociedade democrática? Desafio.

** A história ambiental permite abrir a caixa da identidade nacional norte-americana construída a partir da fronteira. Qual foi o papel da abundância e das oportunidades na construção da identidade nos EUA?


** A história ambiental também propõe discussão acerca da controvérsia entre utilitarismo e interesses estéticos. Uma árvore pode ser usada como paisagem ou como fonte de madeira; um cânion pode ser usado para uma represa ou para preservação da wilderness. Mas não é possível, ao mesmo tempo, o cânion servir como represa e como preservação de wilderness. Isso – divergência nas formas de ocupar o solo – causa enormes embates políticos e sociais.  
>> Conservacionistas versus Preservacionistas.


** Erros comuns:
>> Confundir conservação e conservacionismo. 
>> Aproximar-se da história ambiental sob a perspectiva “bonzinhos” versus “malvados”. É necessário compreender o passado em seus próprios termos.

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