terça-feira, 20 de junho de 2017

Anotações de aula. Curso: Gestão de Riscos com base na NBR ISO 31.000/2009

COMPANHIA IMOBILIÁRIA DE BRASÍLIA – TERRACAP
Escola de Governo do Distrito Federal – EGOV
Curso de gestão de riscos com base na Norma NBR ISO 31.000:2009
Instrutores: João Batista de Souza Machado, Lúcio Carlos de Pinho Filho, Marcos Tadeu de Andrade, Paulo Ribeiro Lemos e Rodrigo Ramos Gonçalves
DISCENTE: Juliana Capra Maia



Dia 01. A gestão de riscos fundamentada na NBR ISO 31.000:2009 aplicada ao setor público


** Contexto da implantação da gestão de riscos na Administração 
  • Consultoria contratada pela administração pública 
  • Avaliação da OCDE sobre o sistema de integridade da administração pública federal brasileira.

** O BACEN, desde 2006, possui gestão de riscos. Utiliza a gestão de riscos para intensificar ou suavizar a fiscalização de instituições financeiras (ranqueamento de fiscalizados).



** Recomendação do relatório da OCDE: “Integrar a gestão de riscos como elemento-chave da responsabilidade gerencial, de modo a promover a integridade e prevenir a improbidade, os desvios e a corrupção”.


** Decisão n. 3320/2015 do TCDF:
  • Recomenda que a CGDF estabeleça a gestão de riscos como premissa básica para o exercício da função de executor de contratos, permitindo o fortalecimento dos controles internos e a mitigação do risco da ocorrência de erros;
  • Recomenda o aprimoramento da gestão de riscos no âmbito do GDF, contribuindo para a criação de mecanismos de controle que funcionem juntamente com a execução dos contratos, fortalecendo os controles internos associados.    

** Plano Estratégico Institucional 2016/2019 da CGDF:

  • Foco na gestão de riscos na Administração Pública do Distrito Federal.
  • Mapeamento das 24 organizações de maior complexidade no DF, que envolvem 80% de todo o orçamento do DF.

** Acepções do termo “risco”:

  • “Perigo”. Norma ISO 27.001.
  • Algo que impede o atingimento de determinado objetivo.
  • Chance de algo acontecer. Incerteza, possibilidades, probabilidades. Resultados positivos ou negativos de determinada atividade. Norma ISO 31.000.

** Gestão de riscos: mitigação das incertezas.



** Principais riscos na acepção das empresas brasileiras (pesquisa da KPMG):
  • Ação da concorrência;
  • Falta ou perda de profissionais;
  • Não pagamento de dividendos;
  • Dificuldade / não execução da estratégia ou do plano de negócios;
  • Decisões desfavoráveis em processos judiciais;
  • Estimativas incorretas das necessidades da empresa;
  • Diluição dos investidores;
  • Volatilidade do mercado de capitais;
  • Falta de liquidez das ações;
  • Riscos relacionados à legislação ambiental;
  • Dificuldade de captação de recursos no mercado de capitais.

** Riscos operacionais para 2017:
  • Risco cibernético;
  • Riscos na gestão de riscos;
  • Risco geopolítico;
  • Mudanças organizacionais;
  • Fracasso no atingimento de objetivos;
  • Sanções governamentais;
  • Ataques físicos.

** A FAO alertou que 1/3 da população da América Latina vivem em áreas de risco de desastres.


“Hoje em dia, o gerenciamento de riscos está na agenda corporativa de todos, desde uma pequena organização privada ou pública. Uma atenção especial à gestão de riscos é paga pelos governos, bolsas de valores, acionistas e reguladores. No entanto, isso nem sempre foi assim”.   


** Material de apoio:
  • Gestão de riscos no STJ;
  • Manual de governabilidade do TCU;
  • Manual de gestão de riscos do TCU;
  • Manual de gestão de riscos da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ).
  • IBCG: Gerenciamento de riscos corporativos;
  • RCA/TCU. Risco e controle nas aquisições. 

** A gestão de riscos não é um conhecimento exato. Por isso, é importante realizar a gestão de riscos em grupos (comitês). Há, ainda, chance intrínseca de erro na identificação e gestão dos riscos.





OBJETO REAL  X  OBJETO PERCEBIDO





** Modelo das 3 linhas de defesa:
  • 1ª Linha de defesa: Controles da gerência, medidas de controle interno. Gestores operacionais: responsáveis por gerir os riscos dentro dos limites funcionais; realizam periodicamente análise de riscos e revisão dos controles; implementam e executam os controles definidos; monitoram os riscos no seu dia-a-dia.
  • 2ª Linha de defesa: Controle financeiro, segurança, gerenciamento de riscos, qualidade, inspeção, compliance. Unidades de gerenciamento de riscos especializadas.
  • 3ª Linha de defesa: Auditoria Interna. Controladoria Interna.

** Normativos:

  • Instrução Normativa 01/2016 – MP/CGU
  • Lei 13.303/2016
  • Decreto Distrital 37.302/2016

** Etapas: P-D-C-A
  • Plan = Planejamento.
  • Do = Execução.
  • Check = Avaliação.
  • Act = Modificação, ação.

** Normatização Internacional:

  • COSO
  • FSA
  • CRAMM
  • ISO 31000:2009

** ISO 31.000/2009. Melhor padronização de gestão de riscos. Metodologia global.

  • Princípios.
  • Estrutura.
  • Processos.

** Risco é o efeito que as incertezas têm sobre os objetivos das organizações. As incertezas são geradas por influencias e fatores internos e externos, positivos ou negativos. Definição contemplada na ISO 31.000.



Riscos (demandam tratamento)


Problemas (demandam soluções)


** Gestão de riscos (planejamento) ≠ Gerenciamento de riscos (execução)


** Etapas do processo de construção da política de gestão de riscos: identificar, analisar, avaliar e tratar adequadamente os riscos.


** Princípios da política de gestão de riscos:
  1. Cria e protege valor;
  2. Parte integrante dos processos organizacionais;
  3. Parte do processo de tomada de decisões;
  4. Aborda explicitamente a incerteza;
  5. Sistemática, estruturada e oportuna;
  6. Baseada nas melhores informações disponíveis;
  7. Feita sob medida;
  8. Considera fatores humanos e culturais;
  9. Transparente e inclusiva;
  10. Dinâmica, interativa e capaz de reagir a mudanças;
  11. Facilita a melhoria contínua da organização.

** A matriz de risco das organizações não devem ser divulgadas a terceiros. Tratam-se de informações estratégicas da entidade (pública ou privada).



** Estrutura para gerenciar riscos:



Mandato e comprometimento

Concepção da estrutura para gerenciar riscos (comitês)
↑                                                         ↓
↑                                                         ↓

Melhoria contínua da estrutura         Executar gestão de riscos
↑                                                         ↓
↑                                                         ↓

Monitoramento e análise crítica da estrutura



** Procedimento:
  • Comunicação e consulta 
>> Estabelecimento do contexto 
>> Avaliação de riscos 
-- Identificação dos riscos 
-- Análise dos riscos 
-- Avaliação dos riscos 
-- Tratamento dos riscos 
  • Monitoramento e análise crítica 



** Comunicação e consulta:
  • Níveis de acesso à informação. Nem todos os riscos serão informados a todas as unidades organizacionais.
  • Apresentação dos riscos pertinentes às atividades de cada setor.
  • Identificação dos atores que serão impactados pelos riscos e, por consequência, pelos seus respectivos tratamentos. Observação: a interpretação do risco é diferente para a empresa como um todo e para a área que será impactada.
  • Faz parte de todas as etapas: do estabelecimento do contexto, da identificação dos riscos, da análise dos riscos, da avaliação dos riscos e do tratamento dos riscos.


** Referências técnicas:
  • ISO 31.000/2009. Gerenciamento de risco – Princípios e diretrizes; 
  • ISO 31:004/2013. Gestão de risco – Orientação para a implementação da norma ISO 31.000/2009;
  • ISO 31.010/2009; 
  • ISO 19.011/2012 e
  • COSO/2013 (Controle interno – framework integrado)



Dia 02. Política de gerenciamento de riscos e as estruturas formais e informais de gerenciamento de riscos

** Modelo de implantação:
  •  Mandato e compromisso.
-- Deve conter os objetivos da gestão de riscos, os princípios da gestão de riscos, as diretrizes da gestão de riscos, as responsabilidades e a definição do processo de gerenciamento de riscos. 
-- Instituição de um comitê de riscos, com as atribuições de fomentar as práticas de gestão de riscos, acompanhar de forma sistemática a gestão de riscos com o objetivo de garantir a sua eficácia e o cumprimento dos seus objetivos, zelar pelo cumprimento da política de gestão de riscos, monitorar a política de gestão de riscos, estimular a cultura de gestão de riscos, decidir sobre as matérias que lhe sejam submetidas bem como sobre aquelas consideradas relevantes, verificar o cumprimento das suas decisões, indicar os proprietários do risco, estabelecer o plano de gestão de riscos (“plano de ação”), retroalimentar informações para a auditoria baseada em riscos.
  • Avaliação de maturidade da estrutura para a gestão de riscos. 1ª Fotografia.
  • Riscos ISO 31.000/2009.
-- Identificação. Gerar uma lista abrangente dos riscos da organização. O que pode acontecer? Como e onde acontece? Por que ocorre? 
-- Análise. Estabelecimento do nível de risco. Avaliação se o risco é extremo, médio, baixo.
-- Avaliação. Hierarquização das ações, isto é, estabelecimento de planos de ação prioritários. 
-- Há controles na organização para esses riscos? Teste dos controles. 
  • Consolidação das informações em planilha Excel.









Modelo de desenho da política de gestão de riscos utilizado pela Câmara Federal

Contexto
Identificação
Avaliação
Tratamento

* Definir contexto

* Revisar processo de gestão de riscos

* Reunir recursos.

* Identificar recursos.

* Analisar a probabilidade e impacto

* Elaborar mapa de riscos

* Priorizar riscos

* Traçar respostas
- Designar “proprietários do risco”, isto é, responsáveis pela sua gestão.

* Aprovar plano






Comunicação e monitoramento constante

* Comunicar os benefícios da gestão de riscos a todas as partes interessadas. Comunicar, inclusive, o pessoal do nível tático e operacional.

* Assegurar que a estrutura do gerenciamento de riscos continue adequada. Revisão permanente das prioridades de atuação.

* Assegurar que os recursos necessários sejam alocados par a gestão de riscos.




** Políticas de gerenciamento de riscos
  • Marinha do Brasil.
  • Controladoria Geral do Distrito Federal. Portarias CGDF n. 25/2016 e n. 26/2016.
  • Ministério da Segurança Institucional da Presidência da República. Portaria n. 76/2017. DOU n. 87, de 09 de maio de 2017, p. 3/4.




Dia 03. Gerenciamento de riscos: estabelecimento do contexto e identificação de riscos


** Avaliação da maturidade da gestão de riscos:


Maturidade de riscos: Grau de adoção e aplicação, pela alta direção, de uma abordagem de gestão de riscos robusta conforme planejada, em toda a organização, a fim de identificar, avaliar, decidir sobre respostas e relatar oportunidades e ameaças que afetam a consecução dos objetivos da organização.


** Graus de classificação:
  • Ingênuo >> Nenhuma abordagem formal desenvolvida para a gestão de riscos.
  • Consciente >> Aborgadem para a gestão de riscos dispersa em “silos”.
  • Definido >> Estratégia e políticas implementadas e comunicadas. Apetite por riscos definido.
  • Gerenciado >> Abordagem corporativa para a gestão de riscos desenvolvida e comunicada.
  • Habilitado >> Gestão de riscos e controles internos totalmente incorporados às operações.

Dia 04. Gerenciamento de riscos: análise e avaliação de riscos

Dia 05: Gerenciamento de riscos: tratamento de riscos, comunicação e consulta, monitoramento e análise crítica

Dia 06: Tópicos avançados de gestão de riscos 

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