Universidade
de Brasília – UnB
Centro
de Desenvolvimento Sustentável – CDS
Programa
de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável
Doutorado
Disciplinas:
Fronteira, Recursos Naturais e Conservação da Natureza.
Professores:
José Luiz Franco e José Augusto Drummond
Aluna:
Juliana Capra Maia
Esquema
de Leitura
Texto:
TURNER, Frederick Jackson. The
Frontier in American History. New York:
Robert E. Krieger, 1976. Artigo: The Significance of the Frontier in
American History, pp. 1-38.
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** Tese central do autor >>> A história
americana é a história do avanço da fronteira em direção
ao Oeste.
“The existence of an area of free land, its continuous recession, and the advantage of American settlement westward, explain American development”. Pp. 01.
** De acordo com Turner, as
instituições americanas teriam sido compelidas a se adaptar às
mudanças e ao espraiamento da população, isto é, às mudanças
envolvidas no atravessar de um continente, nas vitórias sobre a
natureza e no desenvolvimento de cada área, transformando as
condições econômicas e políticas primitivas na complexidade da
vida urbana.
** O
desenvolvimento político e social norte-americano teria nascido e renascido,
continuamente, a partir da fronteira. Em relação à ocupação e
expansão progressiva da fronteira, seria secundário até mesmo o
problema da escravidão -- que vem sendo tratado pelos historiadores
como essencial à compreensão do desenvolvimento da democracia
norte-americana.
“The true point of view in the history of this nation is not the Atlantic Coast, is the Great West. Even the slavery struggle, wich is made so exclusive an object of attention by writers like Professor Von Holst, occupies its importance place in American history because of its relation to westward expansion”. Pp. 03.
** Fronteira
>>> Encontro entre o mundo selvagem e a civilização.
“In this advance, the frontier is the outer edge of the wave – the meeting point between sabagery and civilization. Much has been written about the frontier from the point of view of border warefare and the chase, but as a field of the serious study of the economist and the historian it has been neglected.
The American frontier is sharply distingished from the European frontier – a fortified boudary line running through dense populations. The most significant thing about the American frontier is, that it lies at the hither edge of free land. In the census reports it is treated as the margin of that settlement wich has a density of two or more to the square mile". Pp. 03.
** Na
fronteira, o mundo selvagem determinou a ação, os valores e as
vidas dos colonos. A fronteira os encontrou se vestindo, criando,
pensando, produzindo como europeus. Ela os tirou dos trens e os
colocou em canoas. Despiu-lhes dos ornamentos da civilização e os
vestiu com camisetas de caça e mocassins.
** No
início, a fronteira era a Costa do Atlântico. Tratava-se de uma
fronteira européia. À medida em que a fronteira se moveu em direção
ao Oeste, tornou-se cada vez mais americana.
** O
avanço da fronteira em direção ao Oeste significou um contínuo
movimento de ruptura com a Europa, isto é, um crescente crescimento
da independência (política, cultural e econômica) das colônias
americanas em relação às nações europeias. Dessa forma, estudar
a influência da cultura germânica, escocesa ou inglesa na formação
dos Estados norte-americanos é pouco explicativo do porquê tais
Estados são como são. Para realmente compreendê-los, e ao povo que
neles habita, faz-se necessário compreender o fenômeno da ocupação
fronteiriça: que costumes vieram da Europa, como foram modificados
pela fronteira e como essa modificação repercutiu na própria
Europa, após a sua americanização.
“In this successive frontiers we find natural boundary lines wich have have served to mark and to affect the characteristics of the frontiers […]. The fall line marked the frontier of the seventeenth century; the Alleghanies that of eighteenth; the Mississippi that of the first quarter of the nineteenth; the Missouri that of the middle of this century (omitting the California movement); and the belt of the Rocky Mountains and the arid tract, the present frontier. Each was won by a series of Indian wars”. Pp. 09.
** A
fronteira no Atlântico foi constituída por pescadores, mineiros,
fazendeiros, vaqueiros, negociantes. Com exceção dos pescadores,
todos os demais foram atraídos para o Oeste.
** As
taxas desiguais de avanço obrigam a distinguir a fronteira em tipos:
a fronteira dos negociantes, a fronteira dos rancheiros, a fronteira
dos mineiros, a fronteira dos agricultores. E os interesses desses
atores nem sempre coincidia. Os agricultores da fronteira, por exemplo, encontraram
os índios equipados com armas de fogo, as quais lhes foram
vendidas por negociantes brancos.
ÍNDIOS
** A
trilha dos búfalos transformou-se na trilha dos índios que, por sua
vez, transformou-se na trilha dos negociantes. Essas trilhas
(principalmente no Sul, no Oeste longínquo e no Canadá) se
transformaram em estradas e, finalmente, em estradas de ferro. Os
locais outrora escolhidos por suas características geográficas como base para as tribos indígenas foram progressivamente ocupados
por brancos.
** Os
indígenas constituíam um perigo comum aos colonos que se dirigiam
ao Oeste, demandando, portanto, ação coordenada. Congressos e
conferências da época (1754) sugerem um esboço de unificação. O
Conselho Geral deveria celebrar a guerra e a paz com os índios,
regular o comércio com os índios, estabelecer a demarcação das
terras indígenas, criar e gerir novos assentamentos de colonos como
segurança contra os índios. As tendências unificadoras do período
revolucionário teriam sido, dessa forma, facilitadas pela prévia
cooperação na regulação da fronteira.
RECURSOS
** Entre
os fatores de atração de migrantes para o Oeste, citam-se os solos
férteis, as minas de sal, os minérios e os postos avançados do
Exército.
-- Solos
férteis >>> Os solos virgens e férteis situados nos vales
dos rios e nas pradarias atraíam agricultores, continuamente. O
pasto, por sua vez, atraía os rancheiros para o Oeste.
-- Sal
>>> Os primeiros colonos ficaram amarrados à Costa em
decorrência da necessidade de sal, sem o qual não podiam preservar
suas carnes ou viver com algum conforto. Com a descoberta de minas de
sal no interior, o Oeste começou a se libertar da dependência que
tinha em relação à Costa. Foi a descoberta das minas de sal que
possibilitou a colonização para além das montanhas.
-- O
preço das terras na fronteira era baixo, o que atraía imigrantes e
mesmo fazendeiros nativos:
“Year by year the farmers who lived on soil whose retrurns were diminished by unrotated crops were offered the virgin soil of the frontier at nominal prices. Their growing families demanded more lands, and these were dear. The competition of the unexhausted, cheap and easily prairie lands compelled the farmer either to go west and continue the exhaustion of the soil on a new frontier, or to adopt intensive culture. [...]. These States have been sending farmers to advance the frontier on the plains, and have themselves begun to turn to intensive farming and manufacture”. Pp. 21,22.
ECONOMIA E GEOPOLÍTICA
** A maioria da população que recorria às fronteiras era de imigrantes não ingleses. Winsconsin >>> Alemães. Pensylvania >>> Alemães, irlandeses e escoceses.
** Tentativas frustradas de reduzir a migração para o Oeste. Primeiro, do Rei da Inglaterra. Depois, dos Estados do Leste, que sofriam decréscimo populacional dadas as migrações para a região de fronteira.
** Os
homens além das montanhas, mais e mais isolados, tornavam-se mais e
mais independentes. Temor de que rompessem cultural e religiosamente com o Leste ("Tártaros Ingleses"),
motivo pelo qual houve uma intensa campanha de construção de
escolas e de igrejas nas áreas de fronteira.
** O
avanço da população em direção ao Oeste gerou demanda por
suprimentos no Leste o que, por sua vez, fomentou a produção local
e reduziu a dependência norte-americana dos produtos ingleses.
Noutras palavras, o avanço para o Oeste afetou profundamente não só
a América, como também o Velho Mundo.
DEMOCRACIA
** As
transformações sociais provocadas pela fronteira norte-americana
promoveram a democracia, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. A
fronteira promoveu o individualismo. Uma sociedade complexa foi
jogada na natureza intocada, tornando-se uma espécie de organização
primitiva baseada na família. A tendência é anti-social, isto é,
o enfraquecimento dos laços de solidariedade. Essas circunstâncias
produziriam antipatia em relação ao controle, especialmente ao
controle direto. (Pp. 30).
** A mobilidade da população significa a morte do localismo. E a fronteira elástica em direção ao Oeste era um convite à permanente mobilidade.
** Condições
fronteiriças nas colônias >>> Revolução americana.
Liberdade individual confundida com ausência de governo efetivo.
Essas circunstâncias também explicam a dificuldade em formar um
governo forte no período da Confederação. O individualismo de
fronteira, desde o principio, teria promovido a democracia (Pp. 30).
** Fronteira >>> Permissividade em relação à formas extremas de exploração do homem pelo homem, por exemplo, por meio da especulação.
“But the democracy born of free land, strong in selfishness and individualism, intolerant of administrative experience and education, and pressing individual liberty beyond its proper bounds, has its dangeres as well as its benefits”. Pp. 32.
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